Pesquisar este blog

domingo, 11 de julho de 2010

Andamento da Semana!!!

Em breve teremos uma serie de postagem sobre instrumentos.
Aguardem, contamos com todos para uma produção especial.

Abraço a todos!!!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

M U S I C A L I D A D E


O que é a música? Como ouvi-la? Estas perguntas assolam continuamente a nós que gostamos de tocar, cantar e também nós que gostamos de ouvir... É complicado descrever sucintamente o que é boa música. Existem muitas técnicas para cantar e tocar. É preciso muita "bagagem" para ouvir. Isso nos leva a declamar as palavras fatídicas: "Gosto dessa música, não gosto desta."

Vamos aprender a ouvir a música? Não apenas como um sentido simples que a audição permite, mas ouvir com um novo sentido.

MÚSICA x MUSICALIDADE

Há uma distinção entre música e musicalidade que muitos não percebem e que se mostra como o mais importante nó desta cadeia. A diferença é simples, mas nem sempre compreendida: música é racional, musicalidade é emocional.

A música é, como veremos mais à frente, a emoção transcrita em linguagem humana e, como tudo que é humano, falha. A música ao sair da mente (e do coração) do compositor, ela não é mais que uma tentativa. No entanto, ao passar pelo intérprete e chegar ao destinatário final, ouvinte, ela toma significado, pois se reveste do que chamamos de musicalidade.

Vale avisar que a própria maneira que temos de registrar a música é em muitos sentidos limitada. É possível demonstrar tudo o que desejamos através do sistema de notas que temos hoje? Creio que não. Isto porque o sistema é composto de doze semitons, que vão de Dó a Si, que conseguem transmitir muito do que a música expressa, mas não tudo. A diferença entre esta capacidade e a verdadeira intenção do compositor é o que chamamos de musicalidade.

Toda música contém doses generosas de emoção e quanto melhor a música, mais fácil fica para nós, diletos ouvintes, captarmos seu sentido e sua carga emotiva. A música pode transmitir ódio, paz, amor, tristeza, serenidade, patriotismo, inveja, júbilo, confiança, enfim, todas as emoções podem ser escritas em sua linguagem própria, que é a nossa música.

FUNÇÕES DA MÚSICA

Para que serve a música? Primeiramente, para transmitir emoções. Mas, para que transmitimos emoções? Para uma infinidade de objetivos, sejamos sinceros... Podemos usar a música para declarar o nosso amor, para acalmar nossa vida, para chamar à luta, para elogiar, para agredir, para consolar e para o que chamamos de louvor.

O uso que se tenha da música quase que independe do sentido que se atribua à mesma. Uma música de protesto e uma música de amor têm a mesma alma, só mudando a sua utilização. Não é a toa que podemos encontrar em canções frases como "A mão que toca um violão, se for preciso vai à guerra...". A música, como a mão, só conhece seu uso através do instrumentista que a manipula.

Podemos distinguir vários estágios de comunicação humana, e em seu ápice encontramos a própria música que é, se assim podemos dizer, o nirvana da comunicação. Um exemplo, a tempo: se você é um homem e vê uma mulher, muito da comum, andando pela rua, você expressará: "vi uma mulher andando pela rua".

Isto é prosa. Você pode descrever a mulher dos pés à cabeça, e o máximo de informação que conseguira é o que a realidade apresenta. Nada mais e, se for bem observador, nada menos.

Se a mulher for bonita, e fizer com que você pelo menos desvie um pouco da sua linha de pensamento, você pode se expressar assim: "Ó que maviosa ninfa que do mar emerge e inunda o mundo de luz. Olhos meus, por que me traem assim?" etc., etc., etc. Isto é poesia, que contém muito mais informação que a prosa, mas ainda tem seus limites. Ainda que tenhamos já entrado no campo do imaginário, existem cargas maiores de emoção que podemos passar.

De repente você "aquela" deusa! Seu coração bate mais forte, sua barriga gela e você fica o bobo padrão. Se você for um Vinícius de Moraes, provavelmente sua forma de expressão será: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela a menina que ri e que passa, num doce balanço a caminho do mar", acompanhado de uma bela canção, que todos conhecem. Se você não chegar num Vinícius, pelo menos o desejo de compor uma canção ficará no ar.

O belo da música está na quantidade de emoção que podemos expressar por ela. A realidade não é mais a mesma, mas é moldada de acordo com o desejo (e a categoria) do compositor. Nisto podemos encontrar o homem como criador, e não apenas criatura. Nenhuma outra coisa no mundo conseguiu conciliar num mesmo pacote emoção e razão de uma maneira tão perfeita.

MUSICALIDADE

É impossível definir exatamente o que é musicalidade, pelo simples fato de que é impossível definir emoções, mas vamos lá:

Musicalidade é o instrumento que temos para transformar sinais sonoros em emoção, e vice-versa.

É a musicalidade que capta e diferencia os diversos teores da música e chaveia: isto vai para o cérebro, isto para o coração. O que vai para o cérebro é a parte da letra e os sons que nos são agradáveis ou não, ou seja, a parte física e racional da música. O que vai para o coração é a emoção destilada, em seu estado mais puro. A maior ou menor semelhança com a emoção inicial, que estava com o compositor, vai depender de onde ela passou: desde o próprio compositor, passando pelo intérprete e chegando ao ouvinte. Quanto melhor a qualidade do meio, mais precisa é a comunicação. Resta a nós aperfeiçoarmos em nós mesmo cada um destes meios, desde a composição até a audição.

Você pode dizer, assustado: "Mas eu não sou músico!!!". Provavelmente você é e não sabe, ou tem medo de saber, medo de conhecer o poder de criação que existe em você. São raras as pessoas que não têm o dom da música e mais raras ainda as que não têm musicalidade. Se você sabe diferenciar uma música de uma prosa ou poesia, você possui musicalidade. A maior ou menor qualidade desta sua musicalidade depende de sua história, mas sempre pode ser desenvolvida, de maneira que ainda não tenha imaginado, pois aí reside a maravilha da emoção.

"A Prática Leva à Perfeição". Como em tudo (ou quase tudo) na vida, esta frase tem sentido aqui. Para aprimorar seu "instrumento" de musicalidade, é preciso praticar: escute, tentando compreender o que você realmente sente. Ceda à força que têm a música e faça aflorar seus sentimentos. Escute cada nota como se fosse a última nota permitida a você escutar. Faça disso um jogo particular e verá como sua musicalidade melhorará muito!


Autor: Desconhecido